LA DIARIA 29/3/12
SEMANARIO
HEBREO – VIERNES 30/3/12
CRÍTICA DE
TEATRO
Por Egon Friedler
MAL
LUGAR
“El lugar”
de Carlos Gorostiza – Con dirección de Fernando Alonso – Con actuación de
Fernando Amaral, Alejandra Cortazzo, Sergio Mautone, Roberto Güida, Susana
Sánchez, Javier Tió, Marcelo Laprevote – En el Teatro “El Galpón”
En sus comentarios en el programa de
mano, el director del espectáculo, Fernando Alonso, define a la obra como “ una
feroz metáfora sobre la soledad y el vacío del hombre contemporáneo, sobre sus
dificultades cotidianas de comunicación y de convivencia”. A estos conceptos
habría que agregar que es además un alegato contra la prepotencia y la arbitrariedad
y una condena de la pasividad y la cobardía. Gorostiza maneja hábilmente el
diálogo y mezcla con inteligencia el absurdo y el humor en una trama que
comienza como una aparente comedia de equívocos y culmina con un final de
intenso dramatismo.
No
es una obra fácil de hacer porque exige una graduación muy sutil de los climas
y de la interrelación entre los actores, pero tanto el manejo de los tiempos
escénicos por parte del director, Fernando Alonso como el rendimiento de un
elenco homogéneo y competente, permitió que el espectáculo tuviera fluidez y
convicción dramática.
En el rol protagónico se luce Fernando
Amaral, que da un convincente aire de naturalidad a su transformación de pedante excéntrico en criminal obsesivo. Su
hábil histrionismo le permite evitar todo exceso temperamental en un rol en que
la tentación de un error de este tipo está siempre presente.
En síntesis, un espectáculo que
recomendamos sin reservas.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
El lugar por Gustavo Saul
Um local. Sem tempo e espaço
definido. Um local que poderia ser um quarto de motel, uma pensão, um abismo.
Sanidade e insanidade. Personagens estranhos e semelhantes ao mesmo tempo. Uma
narrativa frenética e ao mesmo tempo truncada, descrevendo a impossibilidade de
comunicação nos dias de hoje. Caos e trevas.
El lugar, de autoria do
dramaturgo Carlos Gorostiza, situa-se em um espaço claustrofóbico onde
sete personagens chegam discretamente com suas malas. Não há referência nenhuma
de onde essas pessoas vieram e nem maiores informação do porque estão ali. Os
diálogos iniciam-se como em qualquer ocasião quando seres humanos estranhos se
conhecem: frivolidades, estranhamento e curiosidade. Aos pouco, à medida em que a
intimidade vai aumentando, surgem indícios de que algo não vai bem: um
comportamento sociopata de um deles denota todas as fragilidades do restante,
tecendo todas as feridas que o animal humano costuma esconder sob situações de
controle. Ritmo ágil, interpretações eficientes, piadas engraçadas (ou
mórbidas).
O espetáculo, representante do
Uruguai, propõe reflexões atuais sobre a bestialidade do homem moderno,
metódico e que, ao mesmo tempo, não aceita a contrariedade de opiniões. Texto
ácido com referências explícitas ao teatro do absurdo. Porém a narrativa
apresenta alguns pontos que deixam bastante a desejar: a obviedade de algumas
situações (os momentos onde o rapaz “alternativo” procura apaziguar a
insanidade instalada através de canções soa deveras como clichê e piegas) e
a sucessão de mortes inexplicáveis (ok, a narrativa é non-sense, mas
mesmo assim é necessário alguns indícios para tal fim, senão são apenas
situações soltas e sem razão ou justificativa), comprometem o argumento
proposto por Goroztiza.
As atuações, como referidas
acima, são eficientes. Mas o destaque é sem sombra de dúvida a atuação dúbia e
complexa de Fernando Amaral, que desdobra-se ali entre o frívolo e atencioso
“mestre-de-cerimônias” e o sociopata que o habita, brotando gradualmente até
atingir o ápice verborrágico e primata.
*Gustavo Saul é ator,
produtor teatral, jornalista e colunista de teatro do site O Café